Moacyr Scliar Sofre um AVC

Moacyr Scliar Sofre um AVC

E hoje fui surpreendido pela notícia que o escritor, e, dizem, médico sanitarista, Moacyr Scliar sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), aquilo que antigamente chamavam de “derrame”, e se encontra na unidade de terapia intensiva do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Triste notícia.

A notícia só destacava obras mais ou menos recentes dele, como O Centauro no Jardim, e Manual da Paixão Solitária, obra que recebeu o Troféu Jabuti em 2009.

Meu contato principal com a obra de Moacyr Scliar foi na minha adolescência. Leituras de literatura na escola. Lembro de uma obra chamada Os Deuses de Raquel. Uma obra interessante, porque li como leitura requerida nas aulas de Português do segundo grau, atual ensino médio. E é interessante também porque falava de Porto Alegre, talvez seja devaneio meu, mas falava inclusive da rua Duque de Caxias. E falava também do tráfico de mulheres. Mulheres judias trazidas das aldeias do leste da Europa para serem tornadas meretrizes em bordéis de Porto Alegre.

Outro livro dele foi A Guerra do Bom Fim. Bom Fim como é sabido, é o bairro onde inicialmente se radicou a colônia judaica em Porto Alegre. E no livro o autor descreve um grupo de meninos do Bom Fim durante a Segunda Guerra Mundial. Se misturam no romance as aventuras dos meninos pelo bairro, as avenidas Osvaldo Aranha, as ruas Tomaz Flores, e Felipe Camarão (ou talvez estas ruas especificamente nem sejam citadas no livro, mas na minha imaginação parece que foram), os filmes de guerra nas matinés dos cinemas da época e as notícias da própria guerra.

Na época eu achava que a literatura de Moacyr Scliar só podia ter relação com a colônia judaica de Porto Alegre.

Tanto que achei muito estranho quando li Cavalos e Obeliscos, um livreto que ele ambienta durante a Revolução de 30, e dos gaúchos que dela participaram, e dos seus cavalos que teriam sido amarrados no obelisco Avenida rio Branco, na cidade do Rio de Janeiro, então Capital Federal. Um livro que achei estranho para Scliar, e não muito memorável.

Eu também costumava ler as crônicas de Moacyr Scliar publicadas no jornal Zero Hora, aqui de Porto Alegre. Na época o seu filho “Beto” Scliar costumava ser um assunto recorrente nessas crônicas. Filho em desenvolvimento, pai em direção à maturidade, uma riqueza de assuntos.

E depois soube que Scliar acabou envolvido num estranho caso de possível plágio um livro seu chamado Max e os Felinos.

Mas isso parece que faz muito tempo. Hoje raramente leio o jornal, e quase nunca leio crônicas atuais de Moacyr Scliar. Não é que eu tenha deixado de gostar da obra de Moacyr Scliar. Mas hoje parece que há muito mais coisas que me cobram atenção...

A notícia informava que Moacyr Scliar atualmente está com 73 anos. Tomara que se recupere!


18/01/2011
jar

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