O Guia do Mochileiro das Galáxias


O Guia do Mochileiro das Galáxias

Recentemente concluí a leitura do livro O Guia do Mochileiro das Galáxias. É uma leitura rápida.
Como gosto de ler tudo, ou quase tudo, em um livro, a leitura inclui as introduções e apresentações. E fiquei meio chocado ao saber que o autor, Douglas Adams, faleceu em 2001, com apenas 49 anos, por conta de um infarto fulminante.
A minha referência em relação ao livro era o filme homônimo, que assisti há algum tempo.
E inicialmente as obras são muito semelhantes, com os mesmos argumentos iniciais, ou seja, de repente a prefeitura de uma cidadezinha britânica acha que deve destruir a casa do protagonista, Arthur Dent, para a construção de um desvio rodoviário. E simultaneamente um grupo alienígena chega à Terra porque o planeta precisa ser destruído para a construção de uma via expressa intergaláctica.
O livro quer ser humorístico, e alguém me perguntou como eu estava lendo o livro sem dar nenhuma gargalhada. Há alguns motivos para isso. Uma, é que podemos usar um estereótipo, e dizer que o humor britânico é contido (Douglas Adams é britânico). Outro motivo para a falta de gargalhadas de minha parte é que muitas das piadas do livro foram vistas no filme, e parecem sem graça quando repetidas no livro. E um terceiro motivo, é que, apesar das piadinhas, o livro acaba parecendo bem triste mesmo. Bem mais triste que o filme, por exemplo. Além disso o livro é cheio que questionamentos existenciais. O fato de muitos dos questionamentos existenciais serem ditos em tom de piada, não torna eles menos questionamentos existenciais, e não deixam de evocar um certo tom melancólico para a coisa.
Há mais uma coisa. Como eu já disse, uma frota alienígena chega à Terra porque o planeta precisa ser destruído. E ele efetivamente é. Pense em tudo que há ao seu redor, toda a cultura, toda a natureza, todas as cores, os sons, os aromas. E pense em você contemplando tudo isso. E pense depois nisso tudo destruído. Mas há um consolo, existe o Guia do Mochileiro das Galáxias que possui um artigo sobre o planeta Terra. Eis o que diz o artigo sobre o planeta Terra: “inofensivo”. Contudo, um mochileiro passou pelo planeta, e melhorou um pouco o artigo. Veja como ficou o artigo mais desenvolvido: “praticamente inofensivo”. Que tal? Irônico ou melancólico?
Por outro lado, é um romance. Sabe lá se o autor em vez de evocar questionamentos existenciais, não está apenas tirando sarro do leitor?
Fiquei com sentimentos ambivalentes em relação ao livro. Eu diria que não gostei, mas comecei a ler a sequência, O Restaurante no Fim do Universo, ou seja, fui fisgado pelo gancho do autor. Vamos ver como fica.

ADAMS, Douglas. O Guia do Mochileiro das Galáxias. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.

27/01/2011
jar




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