Hanami em Porto Alegre

Hanami em Porto Alegre

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A primeira vez que ouvi falar em Hanami foi em um filme alemão muito tocante, que inclusive já comentei. Depois houve uma referência por parte da Regina Casé, no Fantástico, comentando o Hanami.

Se trata do período de florescimento das cerejeiras (“sakura”, em japonês). Segundo a Wikipédia, “hanami” significa literalmente “olhar as flores”. Na versão em inglês da Wikipédia o verbete se estende um pouco mais, informa, por exemplo, que a floração da cerejeira se dá em janeiro (ou seja, em pleno inverno. Eu imaginaria tal evento ocorrendo em plena primavera.), e que os japoneses se reúnem em Ueno Park, em Tóquio para apreciar as flores, fotografá-las e fazer piqueniques sob as cerejeiras. Esteticamente a coisa é muito bela. Flores em tons de rosa, com amigos e familiares reunidos. E dizem que isso é celebrado todo ano. E que esta celebração saúda também a efemeridade desta beleza. A floração das cerejeiras dura uma semana, no máximo, duas.

Tempos atrás eu havia sido informado que em Porto Alegre havia algumas cerejeiras. Pedi à pessoa que me falou delas que me mantivesse informado sobre o ocorrências da floração. Na semana passada esta informação chegou.

Há pelo menos três cerejeiras plantadas no canteiro central da Avenida Fernando Ferrari, bairro Anchieta, em Porto Alegre. E na semana passada elas estavam cobertas de flores. Belas flores em tons de rosa. Florescendo em pleno inverno, em Porto Alegre. Pude contemplá-las no sábado. Muitos brotos ainda não haviam aberto, e muitas abelhas circulavam entre as flores, sinal (e esperança) que a floração dure ainda mais uma semana. Pude contemplar com meus próprios olhos a manifestação de uma beleza efêmera. Isto me valeu.

Infelizmente as cerejeiras não estão em um parque, ou praça, lugares mais adequados à contemplação e à admiração. O canteiro central da Avenida Fernando Ferrari também não é um lugar adequado para se pensar em fazer um piquenique. Uma pena.

Acredito que a presença de uma associação cultural nipo-brasileira numa das ruas transversais da Avenida Fernando Ferrari seja uma explicação suficiente para a presença destas cerejeiras num canto de Porto Alegre.
E graças a estas prestimosas pessoas, eu pude contemplar a flor da cerejeira sem precisar viajar 20 mil quilômetros.

Não que viajar estes 20 mil quilômetros seja ruim. A questão é que não sei quando, ou se, poderei algum dia ir ao Japão, e de maneira mais precisa, ir ao Japão em janeiro, na época da floração das cerejeiras, para ver, e participar, do Hanami.

12/07/2010.

Este texto foi publicado no Voltas em Torno do Umbigo, em 16 de julho de 2010.

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