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Mostrando postagens de abril, 2011

Farmácia

Farmácia O homem de meia-idade entrou na farmácia. "Pois não?" - disse a atendente do balcão, solícita. "Um tira de paracetamol, uma tira de Dorflex 1 , uma caixa de ibuprofeno, e uma caixa de nimesulida. Nimesulida é um anti-inflamatório, não?" - o homem exitou um pouco, enquanto fazia seu pedido... A atendente se dirigiu às prateleiras da farmácia, e de lá trouxe os remédios solicitados. "Algo mais?" - ela perguntou. "Uma caixa de Buscopan." - o homem respondeu. Quem sabe além de dores ósseas, ele não estaria sob risco de alguma dor em "tecidos moles". A atendente voltou às prateleiras, e de lá voltou o novo remédio pedido. "O senhor precisa de algo mais?" - ela perguntou. "Uma caixa de Tilex." - o homem respondeu de pronto. Este é um remédio capaz de dopar um homem. "Certo. A receita e a sua identidade, por favor." - a atendente pediu. "Não tenho." - o homem respondeu. &quo

Um Olhar do Paraíso

Um Olhar do Paraíso É difícil definir o filme “Um Olhar do Paraíso” (“The Lovely Bones” - 2009, Estados Unidos). Seria um drama, um filme de suspense, ou um filme espírita (tipo “Ghost, do Outro Lado da Vida”)? De fato é um pouco de tudo isso. É um filme que a gente assiste com atenção e tensão. E também é possível se sentir muito frustrado com o final. Eu assisti o filme junto com duas outras pessoas: uma ficou frustrada com o final. A outra disse que não gostou do filme. Esta eu presumo que também não gostou do final, que o remeteu a “Inteligência Artificial”, o filme de Spielberg, de 2001. Mas mesmo com tudo isso, achei o filme bastante marcante. A recriação de época é muito boa. A beleza de Saoirse Ronan, a menina Susie Salmon, que é assassinada no filme é marcante. Assim como marcante é a atuação de Stanley Tucci, que faz o papel de George Harvey, o assassino. Eu diria que uns 50 % do filme é Tucci que segura. Dito isso, o perfil psicológico do assassino Harvey podia ser ap

Sobre a Série O Guia do Mochileiro das Galáxias – Um comentário global

Sobre a Série O Guia do Mochileiro das Galáxias – Um comentário global O que é possível dizer sobre a série de livros de O Guia do Mochileiro das Galáxias? Primeiro que não parece uma série. Na verdade parecem cinco livros, com cinco histórias diferentes, com os mesmos personagens. Há alguma afinidade de fundo, uma tentativa de explicação de alguma coisa de um livro no outro, mas é difícil pensar numa unidade. Eu digo isso por comparação. A afinidade que liga os livros de Douglas Adams é muito diferente da unidade que existe entre a série de livros do bruxinho Harry Potter, da também britânica J. K. Rowling, pensando numa série atual de muito sucesso. Ou dos livros de Tolkien que formaram a trilogia O Senhor dos Anéis, uma série de livros não tão nova quanto a de Rowling, mas que gerou uma recente adaptação de sucesso no cinema. Os livros de Douglas Adams abusam da sátira, da ironia e do trocadilho (em uns volumes mais que em outros. Penso que o tradutor deva ter sofrido bastante

Praticamente Inofensiva

Praticamente Inofensiva Praticamente Inofensiva é o último volume da trilogia de cinco livros de O Guia do Mochileiro das Galáxias. Pelas artes das viagens através do espaço-tempo, ou do tempo-espaço, a Terra volta a existir. Trillian tem uma filha, Random, cujo pai é Arthur Dent. Contudo Trillian e Arthur não tiveram um relacionamento para que a filha deles fosse gerada. Trillian adquiriu esperma de Arthur através de um banco de sêmen. Por conta deles serem os únicos seres humanos restantes no Universo, era código genético compatível com o de Trillian e disponível era o de Arthur. Se nesta história, há a filha deles, já não estão presentes Marvin, o robô deprimido, nem Zaphod Beeblebrox, o presidente-celebridade-ladrão de naves que era personagem importante da série até o livro quatro. A editora do Guia do Mochileiro das Galáxias é comprada por um outro grupo empresarial que quer mudar o conteúdo do Guia, pois, afinal, mochileiros não são pessoas que tenham dinheiro em abundânc

As Obras Intermináveis na Praça da Alfândega

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                                       As Obras Intermináveis na Praça da Alfândega  . . . Faz algum tempo foram reiniciadas as obras na praça da Alfândega, por conta do Projeto Monumenta, que quer tornar a praça parecida com o jeito que ela tinha lá pela década de 1930. A primeira vez que fiz referência às obras da Praça da Alfândega no Projeto Monumenta foram em abril de 2010 , ou seja, um ano atrás. Depois disso comentei dos preparativos para a Feira do Livro no final de outubro desse mesmo ano, e da realização da Feira do Livro em uma Praça da Alfândega que parecia em ruínas , com cercamentos, e monumentos encobertos por plástico preto. Terminada a Feira do Livro, a praça voltou a ser cercada, como está atualmente, e não se via movimento de operários. De uns dias para cá, há operários atuando na Avenida Sepúlveda. O curioso nisso é que parecia que a Avenida Sepúlveda já estava terminada. Mas isso era engano. Novas intervenções estão sendo feitas nesta avenid

A perda de referências na cidade em movimento – O hospital Lazzarotto

A perda de referências na cidade em movimento – O hospital Lazzarotto O Hospital Lazzarotto ficava na avenida Assis Brasil, ali perto da Volta do Guerino. Eu não sei porque a Volta do Guerino se chama Volta do Guerino, mas fica ali onde a avenida Assis Brasil se encontra com a Plínio Brasil Milano, e com a Brasiliano Índio de Moraes, entre o Passo d'Areia e o IAPI. Era um hospital de referência em cardiologia. Minha mãe hospedou parentes e amigos que vinham da cidade de Rio Grande para receber tratamento no Lazzarotto. E atendia a saúde pública. Mas um dia o hospital fechou. Não sei o motivo, mas fechou. E por muitos anos aquele prédio vazio ficou ali na Assis Brasil. Quem sabe um dia pudesse ser reativado?... Algum tempo atrás ele começou a ser demolido. Rapidamente o prédio vazio passou a um monturo. E depois a um terreno vazio. Em breve algum novo empreendimento imobiliário na zona norte de Porto Alegre. Este texto é originário do meu blog Voltas em Torno do Umbigo

Falecimentos na Primeira Semana de Abril de 2011

Falecimentos na primeira semana de abril de 2011 Grim Reaper fez um certo estrago esta semana. Dia 4 passado faleceu o ex-governador Jackson Lago. Político maranhense, foi governador do estado de janeiro de 2007 a abril de 2009, quando foi destituído do cargo pela justiça eleitoral, em um caso rumoroso, onde há quem pense que ele não seria destituído se o poder judiciário do Maranhão não tivesse tanta influência da família Sarney. Inclusive ele foi destituído para a posse da atual governadora Roseana Sarney, filha do senador José Sarney. Faleceu em decorrência de um câncer de próstata. Tinha 76 anos. No dia 5 faleceu o jornalista Flávio Alcaraz Gomes. Era jornalista e trabalhou em diversos veículos aqui de Porto Alegre. Foi correspondente de guerra, tendo cobrido a Guerra dos Seis Dias e a Guerra do Vietnã. Em um incidente rumorosa na época, assassinou uma mulher, motivo pelo qual passou alguns anos encarcerado. Eu devo ter lido algumas colunas de Flávio Alcaraz Gomes em jornais

Dia de Luto no Brasil

Um rapaz desequilibrado invadiu uma escola e assassinou 12 crianças e adolescentes, na cidade do Rio de Janeiro. Segundo os relatos, se suicidou quando confrontado por um policial. O que pode explicar uma insânia dessas?   :(

O Esporte Clube Cruzeiro e os meninos da Vila Cefer

O Esporte Clube Cruzeiro e os meninos da Vila Cefer O Esporte Clube Cruzeiro de Porto Alegre é um clube de futebol que está fazendo relativo sucesso na primeira divisão do Campeonato Gaúcho deste 2011. No primeiro turno chegou a ser semi-finalista, sendo eliminado pelo Grêmio. Por uma ironia destas do destino, um dos torcedores mais ilustres do Cruzeiro de Porto Alegre, se não o mais ilustre mesmo, faleceu neste início de ano, ao mesmo tempo em que o clube tinha seus momentos de glória regional. Era o médico e escritor Moacyr Scliar. A Vila Cefer é um conjunto habitacional construído, se não estou enganado no final da década de 1960, junto à Avenida Antônio de Carvalho, mais ou menos na metade da distância entre as avenidas Protásio Alves e Ipiranga. Foi um de tantos conjuntos habitacionais construídos durante os governos militares. Este nome, Cefer, é derivado da CEF, isto é, da Caixa Econômica Federal, provável agente financiador da construção do conjunto de moradias. A Vila

"Estado Burguês"

"Estado Burguês" Marxistas puros e duros, e mesmo marxistas vulgares (marxistas puros são aqueles que leram o livro O Capital, de Karl Marx; marxistas vulgares são aqueles que só leram O Manifesto Comunistas, ou o Manifesto do Partido Comunista e alguns comentaristas e vulgarizadores da obra do filósofo alemão. Há ainda uma vertente de adeptos dos irmãos Groucho e Harpo Marx) dizem que, com a Revolução Francesa de 1789, a burguesia chegou ao poder no ocidente. Nos livros de História, aqui no Brasil, eu pelo menos aprendi, até a primeira metade da década de 1980, que a Revolução Francesa de 1789 serviu para "acabar com o Feudalismo na Europa", e que o poder político passou da Nobreza para a Burguesia. Parece que estes mesmos conceitos acabaram sendo transmitidos para meu filho que está no início do segundo grau. Ele havia decorado os conceitos, mas não me respondeu satisfatoriamente o que significava feudalismo, nem nobreza, nem burguesi

Cartão de Infidelidade

Cartão de Infidelidade Naquela quarta-feira, como muitas vezes fazia, Arnold foi à farmácia. Precisava de alguns remédios, para ele e para sua esposa. Chegou junto ao balcão, e logo foi atendido. Ao citar o nome das medicações, a atendente informou que parte daqueles remédios faziam parte do programa “Farmácia Popular”, do governo. Se ele tivesse a receita, alguns deles seriam gratuitos. “Pois é. Mas infelizmente eu perdi a receita.” - Informou Arnold à atendente. E sentiu-se chateado de ter que pagar por algo que poderia ter lhe saído de graça. Escolhidas as medicações, Arnold se dirigiu ao caixa para pagar. Entregou à operadora o cartão de identificação do seguro-saúde, para um desconto; o cartão de crédito, para o pagamento; e o cartão de fidelidade da farmácia... A operadora de caixa digitou a identificação do plano de saúde, e passou o cartão de fidelidade. O cartão de fidelidade estava vencido. Que fazer? “O senhor liga para o telefone que está no verso do cartão para