Bin Laden foi Morto

Bin Laden foi Morto

Na noite de domingo, dia 1º de maio, eu estava prestes a dormir, quando os usuários do Twitter começaram a lançar mensagens comunicando a morte de Osama Bin Laden. Devia ser um pouco antes, ou um pouco depois da meia-noite. Primeiro de maio aqui, mas já devia estar amanhecendo nos arredores de Islamabad, Paquistão, que foi onde a execução ocorreu.

Como o sono não vinha, foi possível acompanhar algumas notícias pelo rádio. Um comando especial da Marinha dos Estados Unidos teria praticado a ação, autorizada pelo presidente dos Estados Unidos.

Foi no noticiário do rádio que ouvi que o presidente dos Estados Unidos, Barack Hussein Obama, teria dirigido um discurso aos seus cidadãos, informando da morte do líder da Al Qaeda, e afirmando que "justiça tinha sido feita". Também do rádio veio a notícia de comemorações populares em frente à Casa Branca, em Washington, D.C., e em Times Square, na cidade de Nova Iorque.

Depois mais notícias, acho que aí já na Internet mesmo, informavam que o cadáver de Osama Bin Laden foi sequestrado, e lançado ao mar, "seguindo ritos islâmicos". O corpo teria sido sequestrado para coleta de material para exame de DNA, e para evitar que um túmulo para Bin Laden pudesse se tornar em um local de peregrinação para voluntários à jihadistas, isto é, guerreiros do Islã.

Dito tudo isso, talvez algumas coisas possam ser comentadas.

Osama Bin Laden estava longe de ser inocente. Era amplamente reconhecido como líder da Al Qaeda, e mencionou os ataques aos Estados Unidos, de 11 de setembro de 2001, em seus discursos. Contudo, as informações sobre suas condições de moradia lembravam mais as de alguém em ostracismo, que um líder ativo de uma rede de terror, ou de uma guerrilha.

Ao contrário do que disse o presidente Barack Obama, não me parece que "foi feita justiça". Vingança certamente. Mas para haver um mínimo de justiça, eu imagino que ele deveria ser preso, e enfrentar um processo legal, nem que fosse para ser executado em alguma prisão do Texas, após um julgamento.

Sobre o seu "sepultamento", possivelmente em algum lugar entre o Mar da Arábia e o Golfo Pérsico, informa a Folha de São Paulo que tal sepultamento não seguiu o rito islâmico. Segundo a Folha, o sepultamento no mar só é lícito se o crente morre em um navio, para que sejam mantidas as condições de higiene na embarcação. Não foi o caso, de um homem que foi morto em terra firme, e levado para ser lançado ao mar. A Folha também informa que o sepultamento de um muçulmano precisa da presença de um clérigo muçulmano para as devidas orações, o que parece não ter acontecido.

Quanto a não dar-lhe um túmulo para evitar peregrinações, por que o próprio local da morte não poderia se tornar um local de peregrinação, se algumas pessoas realmente tomarem a si a tarefa de tratar a Bin Laden como um mártir?

E, a medida que os dias vão correndo, novas informações vão aparecendo. Como, por exemplo, a que Bin Laden teria sido capturado vivo, e executado posteriormente, conforme notícia publicada no UOL.

Sem falar na violação do território soberano do Paquistão, por um comando militar dos Estados Unidos.

No final de março, logo após o início do bombardeio da Líbia pelos aviões da OTAN, o jornalista Elio Gaspari comentou se a Europa não estaria correndo o risco de criar o "Che Gaddafi". Neste caso, o assassínio do líder líbio por aviões da OTAN, poderia transformá-lo numa lenda, capaz de comover pessoas do mundo inteiro, como no mundo inteiro hoje existem pessoas usando camisetas com a imagem de Che Guevara estampada na foto histórica de Alberto Korda. É de se pensar se algo parecido não pode acontecer com Bin Laden. Em vez de um líder terrorista, disposto a estabelecer um califado islâmico do Marrocos à Índia, ele seja transformado em um líder da resistência dos povos muçulmanos contra o imperialismo, executado de forma covarde por um comando de uma superpotência de olho nos recursos naturais do Oriente Médio, mais especialmente do gás e petróleo.



04/05/2011.

Comentários

  1. O terrorismo Osama não foi inútil ao mundo. Agora mesmo com sua morte esta havendo um empate.

    Com certeza o Osama vivo obrigou os americanos a maneirar com suas práticas terroristas (alimentar revoluções).

    Além disso como o Bin Ladem representava a base onde se apóiam a estrutura do terrorismo mundial e mesmo assim foi executado, essa façanha norte-americana só pode representar, um cala a boca, para dar entrada a revitalização do terrorismo promocional, financiado por eles mesmo e que já acontece em diversas nações.

    A queima do arquivo Osama (não se sabe se nesse tempo de cativeiro ele deixou algo escrito) garante até agora "aos americanos" o seguimento de suas ações conspíratórias, resta então "mundo afora" descobrir (com os descendentes de Osama ou escritórios da Al Qaeda) onde se encontram os esses arquivos particulares, com certeza serão muito reveladores.

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