Diário - leituras - Partido e Revolução 1848-1989
Diário
- leituras - Partido e Revolução 1848-1989
O prefácio indica que este livro é derivado de
parte da tese se doutorado do autor, para a Escola de Serviço Social
da UFRJ, como uma pesquisa para rever criticamente o desenvolvimento
das ideias e praticas socialistas desde o final do século XIX, até
próximo do final do século XX. A pesquisa começa pelo Manifesto
Comunista de 1848, e os movimentos de libertação do proletariado
desde então, passando pela Primeira Internacional, as disputas
intestinas no movimento dos trabalhadores, os partidos socialistas e
sua evolução para partidos social-democratas, a Revolução Russa e
seus desdobramentos, a relação da União Soviética com os partidos
social-democratas da Europa, a stalinização do partidos comunistas,
a crise gerada pela denúncia dos crimes de Stálin por Kruschev,
chegando até a chamada crise do Socialismo Real e o fim da União
Soviética e da Cortina de Ferro. É bastante coisa.
O livro é eficiente em tentar mapear os diversos
momentos e movimentos pelos quais passaram os que buscaram a
emancipação da classe trabalhadora. Contudo ele sofre um pouco do
que eu chamaria de "síndrome da história de grandes
personagens", isto é, o livro fala de discussões teóricas
entre os líderes dos partidos socialistas ou comunistas, fala destes
líderes, tais como Marx e Engels, Lênin, Trostsky, Rosa Luxemburgo,
Stálin, Togliatti, e outros. Mas fala pouco de como eram os
"anônimos" do movimento: quantas pessoas havia nesses
partidos? quantos delegados tinham suas convenções? Como viviam as
populações afetadas por suas ideias? São questões que ficam em
aberto, embora provavelmente estas perguntas estivessem além do foco
do autor, mas são perguntas que eu me fazia, e motivos pelos quais
eu li o livro. Infelizmente o livro não dá respostas para elas.
É um livro para sintetizar o movimento
socialista, com uma boa bibliografia no final, mas fica devendo um
pouco. Pelo menos para mim.
BRAZ, Marcelo. Partido e Revolução 1848-1989.
São Paulo: Expressão Popular, 2011.
07/03/2012.
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