A Suécia de Stieg Larsson


A Suécia de Stieg Larsson



Stieg Larson é o autor da "Trilogia Millenium". Ele faleceu precocemente, se não estou enganado, por conta de um infarto fulminante. Millenium é o nome da revista em que trabalha um jornalista, que é um dos personagens principais dos romances que compõem esta trilogia. O nome do jornalista é 
Mikael Blomkvist. A outra personagem principal do livro é a "hacker" Lisbeth Salander.


Eu li recentemente estes livros. Dos três, eu achei o primeiro, "Os Homens que não Amavam as Mulheres" o melhor. É o tipo de livro que você não quer parar de ler enquanto não chega ao final. Os outros dois, "A Menina que Brincava com Fogo" e "A Rainha do Castelo do Ar", são bons também, mas o primeiro é melhor.


O segundo livro demora um pouco a engrenar, é como se tivesse umas 200 páginas de preâmbulo, portanto aquele desejo de não largar o livro enquanto não se chega ao final só aparece lá pela página 201.


O terceiro livro é como o segundo, isto é, também demora a engrenar, mas também chega àquele ponto em que não se deseja largar o livro enquanto não se chega ao final da leitura.


Ou seja, os livros são diversão garantida.


Mas o que me chamou a atenção foi a Suécia que é descrita nestes livros.


Pelo pouco que eu sabia da Suécia, eu achava que este país era um "paraíso gelado". Um lugar em que seus cidadãos eram amparados pelo estado desde o berço, isto é, desde a mais tenra infância até o túmulo. Claro que isso teria o preço de uma alta carga tributária, mas sempre me pareceu que era um bom preço a pagar, para que os cidadãos tivessem um sistema de saúde pública de qualidade, bem como um bom sistema de educação pública. Além disso, o amparo do estado impediria a instalação da miséria obscena de que somos testemunhas em nosso país.


E o "paraíso gelado" obviamente também porque a Suécia tem longos e muito frios invernos.


Os livros de Stieg Larsson quebram um pouco desta imagem idealizada que eu tinha do país distante.


Vejamos algumas coisas que Larsson descreve, mesmo levando em consideração que seja uma obra de ficção. Não me pareceu que Larsson tenha escrito uma obra farsesca, um achincalhe de seu país natal.


Há assassinos seriais. Se bem que esse tipo de facínora é encontrável em qualquer país do mundo, mas foi uma certa decepção...


Segundo Larsson, e esse fato ele cita como dado factual, não como ficção, há ampla violência contra a mulher na Suécia. E muitas vezes essas vítimas da violência são deixadas ao desamparo.


Dentro desse contexto de violência contra a mulher, o país é palco de ampla exploração de escravidão sexual de mulheres, que são trazidas do leste da Europa para se prostituírem ali. Muitas dessas vítimas do lenocínio são assassinadas pelas gangues que as exploram, e, segundo o livro, nem sempre a polícia se esforça para descobrir e punir os responsáveis.


O páis tem gangues de neonazistas, e teve grande números nazistas e fascistas no decorrer do século XX.


E segundo Larsson, a Suécia teria entre seus agentes de segurança do Estado, pessoas que poderiam de agir de maneira criminosa e brutal como os agentes de serviços de espionagem das nossas ditaduras latino-americanas da seggunda metade do século XX.


Alem de gelada, a suécia dos livros de Stieg Larsson é sombria!...


23/02/2012


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Poemas de Abbas Kiarostami na Piauí de Junho/2018

Sessão de Autógrafos - A Voz dos Novos Tempos

Feliz aniversário, Avelina!