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Mostrando postagens de abril, 2012

A perda de referências na cidade em movimento – A Companhia Wallig na Francisco Trein

A perda de referências na cidade em movimento – A Companhia Wallig na Francisco Trein Na Avenida Francisco Trein, na Zona Norte de Porto Alegre, havia pelo menos duas coisas notáveis, uma a fábrica de fogões Wallig, a outra era o Hospital Nossa Senhora Conceição, ou apenas o Hospital Conceição. Na década de 1970 minha avó, por exemplo, teve que passar alguns dias internada no Hospital para seus problemas cardíacos. E vez por outra vinha algum parente do interior do estado, para se tratar ali. O Hospital Conceição continua lá. Hoje é um dos grandes hospitais gerais públicos da cidade de Porto Alegre. E parece que hoje, mais do que no tempo de minha avó (ou nos tempos de minha infância) recebe pacientes de grande parte da Grande Porto Alegre, e mesmo de cidade mais afastadas. A Companhia Wallig já foi sinônimo de fogão no Rio Grande do Sul. Assim como a Companhia Geral e os fogões Venax. O primeiro fogão que conheci foi um fogão Wallig. Obviamente porqu

Leituras atrasadas - 1808, de Laurentino Gomes

Leituras atrasadas - 1808, de Laurentino Gomes O livro 1808, de Laurentino Gomes, foi publicado em 2007, para estar disponível ao público leitor em 2008, no bicentenário da vinda da família real portuguesa para o Brasil. Como o autor diz, foi um fato inédito. Os reinos da Península Ibérica constituíram seus impérios coloniais na América desde o final do século XV e início do XVI. E nos 300 anos seguintes nunca um soberano castelhano (espanhol) ou português havia sequer visitado seus domínios na América. Quanto mais estabelecer a sede de seus domínios por aqui. Mas, por conta das guerras napoleônicas que tomaram conta da Europa no início do século XIX, o então Príncipe Regente Dom João viu-se compelido a trazer a Corte Portuguesa para o Brasil, sob proteção de uma esquadra britânica, para evitar ser deposto por tropas de Napoleão. Embora o autor não se alongue muito nisso, é possível dizer que são as guerras napoleônicas que acabam por disparar o processo de independê

Diário - cinema - Pina

Diário - cinema - Pina   "Então é primavera e a grama cresce, e é verão e a grama está alta, e primavera... e inverno". Mais ou menos com estas palavras tem início o filme "Pina", do cienasta alemão Wim Wenders, sobre a coreógrafa, também alemã, Pina Bausch. As palavras ilustram uma certa coreografia, que se repetirá algumas vezes ao longo do filme, e é uma ilustração sobre como esta coreografa alemã procurou ligar a arte com a vida em sua obra. Apesar do filme ser um documentário, e ter o nome "Pina", ele pouco nos diz sobre a vida, ou a morte, de Pina Bausch. O filme é fundamentalmente sobre a arte, sobre a dança. Os bailarinos estão dançando quase o tempo todo durante o filme. Eles dançam tanto no Tanztheater, sede do corpo de dança de Pina, quanto nas ruas de Wuppertal, a cidade do oeste da Alemanha onde estava localizado, com seus singulares trens suspensos. A presença de Pina é sutil, em algumas imagens de arquivo, na sua primordial atuação

Millôr Fernandes

Millôr Fernandes Eu conheço pouco de Millôr Fernandes, mas de alguma forma eu o achava fundamental. Li pouco do que ele escreveu, e me lembro menos ainda... Mas a postura dele sempre foi parecida com a do militante anarquista: "si hay gobierno, soy contra", não porque ele fosse anarquista, mas basicamente porque sempre há o que criticar em qualquer governo. Alguns mais, outros muito mais. Nos últimos tempos, aparentemente um acidente vascular cerebral o havia debilitado, e com 88 ou 89 anos, ele já não era propriamente um menino. Mas deixa um vazio. Vai fazer falta. 03/04/2012.