Diário - Filmes - X-Men Primeira Classe

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(Ou "X-Men First Class", se o leitor preferir).

Afinal assisti à produção de 2011, sobre o início dos X-Men, pelo menos em sua versão cinematográfica.

É um filme de ação divertido, e que pode propor algumas questões.

E curiosamente um dos poucos filmes hollywoodianos que já vi em que se fala alemão, francês e espanhol, mesmo que em diálogos curtos , além de inglês.

Há um biologismo barato, na afirmação que os mutantes seriam o próximo passo na evolução do homo sapiens. Sim, porque é possível que apareçam indivíduos extraordinários entre os seres humanos, com mais força, ou com capacidade pulmonar para permanecer sem respirar por longos minutos. Mas acho difícil que a evolução, nas linhas em que foi proposta por Darwin e amplamente adotada pelos biólogos em geral, signifique que alguma linhagem do homo sapiens será capaz de se teletransportar para onde quiser, mudar suas formas para adquirir guelras ou carapaças quando lhe for necessário, interagir com metais mesmo em volume muito maior que a massa de seu próprio corpo, ou mudar de aparência instantaneamente. Descritos como o próximo passo da evolução, os mutantes estão mais para seres de outro mundo mesmo. E de maneira geral, todos eles simplesmente aparecem, à exceção de Eric, ou Magneto, que tem pai e mãe mostrados no filme, e aparentemente esses pai e mãe são seres humanos comuns.

Mas certamente há um questionamento quanto à maneira como a sociedade pode tratar os seres humanos "diferentes". Assim, não é por acaso, que em todos os filmes sobre os X-Men, eles sempre estejam ameaçados, seja pela sua aniquilação física, seja pela sua "cura", isto é, a supressão das características diferentes, aquilo que os faz serem chamados nos filmes de "freaks", que pode ser traduzido por estranho ou esquisito.

Um outro questionamento é em uma cena, quando Charles Xavier pede a Eric, ou Magneto, que não ataque os navios que haviam lançado uma saraivada de mísseis para aniquilar os mutantes. Magneto tem o poder de interagir com metais, e assim pôde conter o ataque, e voltar o armamento contra os próprios navios de guerra que os lançaram. Xavier diz que eles, os tripulantes dos navios de guerra, eram apenas seres humanos comuns, cumprindo ordens. Magneto responde que ele passou anos num campo de concentração à mercê de homens comuns, cumprindo ordens. Ou seja, há responsabilidade sobre as carreiras que assumimos, e os atos que cometemos. Sempre.

Dito tudo isso, há essa irônica ficção histórica. A crise dos mísses soviéticos em Cuba, em outubro de 1962, não se deu por Guerra Fria, da corrida armamentista, e porque Cuba se sentia ameaçada pelos Estados Unidos depois da invasão da Baía dos Porcos um anos antes. Tudo aconteceu pelos planos de um mutante malévolo (o ser malévolo é acentuado por sua associação com os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial), que queria dizimar a humanidade em uma guerra nuclear, para que os mutantes, na pessoa dele, passassem a governar o mundo.

Como eu disse, um filme de ação divertido.


08/05/2012.

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