Porto Alegre, 13 de julho de 2012, sexta-feira, um dia de inverno

Porto Alegre, 13 de julho de 2012, sexta-feira, um dia de inverno


Era um dia de inverno em Porto Alegre. Havia sol e fazia frio. Um frio seco.
Ele atravessava a Praça da Alfândega, em direção à Caldas Júnior. Quanto mais se aproximava da esquina da Caldas Júnior, mais o mata-bancário o assolava. Mata-bancário é o vento que bate naquela esquina, da Sete de Setembro com a Caldas Júnior, assim chamado porque assola os funcionários do Banco do Estado e da Caixa Federal que têm grandes agências por ali.
Então, quando ele dobrou à direita na Caldas Júnior ele sentiu. Sentiu o mata-bancário lhe bater com tudo. Seus olhos começaram a lacrimejar, e ele teve que apertá-los, faltando pouco para fechá-los. Encolheu a cabeça entre os ombros. Fechou o casaco, apertou o cachecol em torno do pescoço. Sentiu que tinha valido colocar as ceroulas por baixo da calça.
Acelerou o passo para buscar abrigo no restaurante na próxima esquina onde devia almoçar, e, de quebra, se abrigar do mata-bancário.



17/07/2012.

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