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Mostrando postagens de agosto, 2012

Diário - teatro - O Linguiceiro da Rua do Arvoredo

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Diário - teatro - O Linguiceiro da Rua do Arvoredo . . . Sábado, dia 11, véspera do dia dos pais, fui ao Teatro São Pedro para assistir ao espetáculo “O Linguiceiro da Rua do Arvoredo”, junto com minha mulher e filho. A peça trata de um fato ocorrido na segunda metade do século XIX, na cidade de Porto Alegre, que acabou elevado ao patamar de lenda urbana. Segundo o imaginário, José Ramos, habitante da cidade teria usado da sedução de sua mulher, uma migrante alemã, para seduzir e assassinar homens em Porto Alegre. E parte dos corpos das vítimas teria sido transformada em linguiça, por uma associação de Ramos, com um açougueiro da Rua Riachuelo. A antiga Rua do Arvoredo é a atual Fernando Machado. Há várias coisas interessantes a respeito desse espetáculo. Antes de mais nada, eu fui surpreendido pelo fato dessa montagem ser um musical. Pois é. Numa peça relacionada com assassinato, ocultação de cadáveres, e eventual canibalismo, em vários momentos os atores cantam e dançam no

Indo assistir à peça O Linguiceiro da Rua do Arvoredo

Indo assistir à peça O Linguiceiro da Rua do Arvoredo Sábado, dia 11, véspera do dia dos pais, fui ao Teatro São Pedro para assistir ao espetáculo “O Linguiceiro da Rua do Arvoredo”, junto com minha mulher e filho. A peça trata de um fato ocorrido na segunda metade do século XIX, aqui na cidade de Porto Alegre, que acabou elevado ao patamar de lenda urbana. Segundo o imaginário, José Ramos, habitante da cidade teria usado da sedução de sua mulher, uma migrante alemã, para seduzir e assassinar homens. Ainda segundo a lenda parte dos corpos das vítimas teria sido transformada em linguiça, por uma associação de Ramos, com um açougueiro da Rua Riachuelo. Quando eu comentei que iria ao teatro para assistir uma peça relacionada ao assunto com alguns colegas, mencionei em tom de galhofa que a peça teria o patrocínio da Sadia, ou algum outro fabricante de linguiças e salsichões. Pois não é que enquanto os espectadores esperavam na para entrar no teatro havia um rapaz e uma moça distribuindo

A perda de referências na cidade em movimento - A Renner do Passo d'Areia

A perda de referências na cidade em movimento - A Renner do Passo d'Areia As Lojas Renner são uma potência, principalmente em confecções. Hoje sua rede de lojas está em todos os centros comerciais de Porto Alegre, e já chegou inclusive à cidade de São Paulo. Isso desde sempre, isto é, desde que eu me conheço por gente, e até algum tempo antes. Eu me lembro de um professor que tive quando estava no ensino médio, lá por 1984. Ela já era um veterano então, um homem caminhando para os seus 60 anos. Ele disse numa aula que quando veio do interior para cursar o ensino médio em Porto Alegre, comprou duas camisas nas Lojas Renner, e com elas passou os três anos do ensino médio. Por coincidência, ela também foi o local do incêndio mais mortal da história de Porto Alegre . Aconteceu em sua então principal loja, no Centro da cidade, na esquina da Rua Otávio Rocha com a Doutor Flores, e deixou mais de 40 mortos e cerca 60 feridos, em 1976. Naquele dia a minha mãe havia ido ao Centro para

Diário - leituras - Vício Inerente

Diário - leituras - Vício Inerente Os universos criados por Thomas Pynchon são estranhos para alguém careta como eu. Eu já havia entrado em contato com esse universo ao ler outra obra dele, “Vineland”, faz alguns anos. E aqui estou eu de novo por insistência de um amigo que é fã dele. O personagem principal é Lawrence “Larry Doc” Sportello, um detetive particular hippie, que trabalha na Grande Los Angeles. O tempo não é claramente definido, mas eu especulo que fique entre 1969 e 1970. Ele fala no “governador Ronald Reagan” e no “presidente Nixon”. A história começa quando uma ex-namorada dele, Shasta, pede que ele investigue uma certa conspiração: ela se tornou amante de um empresário especulador imobiliário da cidade, mas a esposa desse especulador e o amante dela, da esposa, a convidaram, Shasta, para participar do sequestro do tal empresário. A partir daí, Larry vai investigar o que sua ex-namorada afirmou, em meio ao sumiço do empresário, e da própria ex-namorada. Nesse universo

Hoje eu vi o Ivo

Hoje eu vi o Ivo Hoje eu vi o Ivo. Estava sentado num café, na Rua da praia, não muito longe da esquina da Caldas Júnior. Hoje eu vi o Ivo, mas Ivo já não há. Hoje eu vi o Ivo. E essa frase me lembrou frases de antigas cartilhas de alfabetização. "Ivo viu a uva". "A vaca do vovô está viva". Hoje eu vi o Ivo. Caminhava em sentido oposto ao meu pela General Câmara. Porte altivo, do homem alto que é Ivo. Caminhava no ritmo certo. Nem apressado, nem muito lento. Na verdade, eu não vi o Ivo. Ivo morreu no final de 2011. Por conta daquela doença que não costuma ser nomeada. Ou não costumava. Hoje talvez nem tanto. Já atacou presidente, ex-presidente, vice-presidente e candidato a presidente. O que talvez tenha diminuído o estigma. Mas não necessariamente a letalidade. No caso de Ivo, atacou-lhe o fígado. E dois meses após o diagnóstico levou-lhe a vida. E talvez por isso Ivo me assombre. Nas ruas de Porto Alegre não é difícil encontrar homens com o perfil de Ivo. Alto

Diário - cinema - O Espetacular Homem-Aranha

Diário - cinema - O Espetacular Homem-Aranha No sábado fui assitir ao filme “O Espetacular Homem-Aranha”, nova versão para o personagem dos quadrinhos da Marvel. A crítica que eu havia lido informava que este espetacular homem-aranha era menos espetacular que os filmes da trilogia anterior de Sam Raimi, com Tobey Maguire e Kirsten Dursten. Mas este filme me lembrou mais o desenho animado que eu assistia há mais de 30 anos que os filmes de Raimi. E há algumas sequências de ação que ficaram realmente espetaculares. Tanto mais que vi numa versão em 3D. E nessas sequências, o 3D funciona muito bem. Ele também passa a imagem do surigmento do Homem-Aranha na vida de Peter Parker como um rito de passagem da adolescência à vida adulta melhor que os filmes de Sam Raimi o fizeram. Assim, não me sinto apto a dizer que este filme é melhor ou pior que o filme que Tobey Maguire estrelou faz dez anos. Eles são diferentes. E nem Tobey Maguire, nem Andrew Garfield são atores tão fundamentais. D

Diário - teatro - Simplesmente Eu, Clarice Lispector

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Diário - teatro - Simplesmente Eu, Clarice Lispector . Quando eu informei um colega que iria ao teatro assistir um monólogo com textos de Clarice Lispector, ele logo disse que se fosse ao teatro para assistir a um monólogo, o resultado certamente seria que ele acabaria por dormir. Talvez ele tenha confundido monólogo com monocordia, isto é, uma pessoa narrando qualquer coisa no mesmo tom monótono. Talvez ele nunca tivesse assitido algum a algum monólogo teatral. Pois na sexta-feira passada, dia 3, fui ao Teatro São Pedro para assistir a atriz Beth Goulart encenar a peça “Simplesmente Eu, Clarice Lispector”, em que ela, Beth Goulart, interpreta tanto a escritora Clarice Lispector, quanto algumas das personagens criadas por Clarice Lispector. Clarice Lispector foi uma escritora e jornalista brasileira, que viveu entre 1920 e 1977. Havia nascido na Ucrânia, mas chegou ao Brasil em 1922 junto com seus pais, fugindo da guerra civil que se seguiu à Revolução Russa. Escreveu romances