E o avião não caiu!...


E o avião não caiu!...


Há alguns dias escrevi sobre o avião cair em uma viagem.

Em com isso tentei refletir sobre o que poderia acontecer com os diversos negócios inacabados que nós todos temos, se a morte repentina acontece.

Se o avião de fato tivesse caído e alguém encontrasse o texto, como era do meu desejo, teriam dito que eu tive uma premonição. Mas não foi o caso. Realmente não tenho carreira como sensitivo.

O texto era um reflexo da incerteza, e do pavor contido, embutido em uma eventual viagem de avião.

Quem lê um pouco sabe que as viagens de avião estão entre as mais seguras do mundo.

Claro, desde que você não embarque num avião no Irã, que está sob embargo, o que impede o país até de receber peças de reposição para a aviação civil.

No Brasil o mais recente acidente grave com um avião de passageiros de grande porte ocorreu em 2007.

E possivelmente eu correria mais risco se fizesse um trajeto equivalente de ônibus.

Mas é claro que a estatística está a nosso favor até que ela se vire contra nós. Nenhum avião da Gol havia sofrido acidente grave até um piloto incompetente de um learjet derrubar o voo 1907. Nenhum modelo A330 da Airbus havia caído até o voo AF447 da Air France cair no Oceano Atlântico em 2009.

Pois é. Para mim uma viagem de avião guarda a expectativa de prazer e pavor. Prazer pela expectativa de viajar, conhecer um lugar novo, enfim, encurtar distâncias, como só os aviões conseguem fazer atualmente. Pavor pela interrogação que sempre me acompanha: “e se tudo der errado?”.

Mas tudo bem.

O avião não caiu. Por mais um pouco, aqui estou.



31/08/2012.


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