Diário – cinema – Detona, Ralph


Diário – cinema – Detona, Ralph


“Detona Ralph” é um filme de animação produzido pelos Estúdios Disney. Está disponível em diversas versões, em 3D ou 2D, legendado ou dublado, nas salas de cinema.

“Wreck-It, Ralph” é o título original desta animação, inspirada no universo dos vídeo games. Por ser inspirado no universo dos jogos eletrônicos, o filme traz muitas referências desse universo, inclusive com a incorporação de muitos personagens de jogos que estão sendo utilizados por aí. Acredito que o título “Wreck-It, Ralph” tenha a ver com o título do aparentemente ficcional jogo “Fix-It, Felix Jr.”, no qual Ralph é o antagonista, adversário do Felix Júnior do título. Na minha percepção, “wreck” soa como “réqui”, então temos a história de um vilão de um vídeo game que ganhou um filme, com dois sons de erre, em contraposição ao herói do mesmo game, com dois sons de efe. E se o verbo inglês “to wreck” serve para destruir, demolir, afundar (como em afundar um barco), o(a) tradutor(a) brasileiro(a) conseguiu uma feliz composição, ao usar o verbo “detona”, porque isso tanto serve para “destruir” quanto para, digamos, “fazer acontecer” no nosso vocabulário cotidiano.

E se os personagens principais do filme não existem entre os games que os usuários jogam (pelo menos não parece que existam, mas é bem possível que vejamos logo o jogo do “Fix-It, Felix Jr.”, ou a “Sugar Race”, ou mesmo um jogo chamado “Wreck-It, Ralph”, todos derivados do filme), eles certamente são inspirados por outros personagens. Podemos identificar o Ralph com o Donkey Kong, e o Felix Junior com o Mário, no jogo “Donkey Kong” feito para “arcades”, isto é, os nossos antigos fliperamas, pela Nintendo no início da década de 1980. E o jogo “Sugar Race” é claramente inspirado na série “Mario Kart”, que teve diversas sequências para as diversos consoles de jogos domésticos produzidos pela Nintendo nos últimos trinta anos.

Como se pode concluir de tudo isso que já foi dito acima, Ralph é o protagonista do filme, mas, no jogo “Fix-It, Felix Jr.” ele é o malvado, o cara a ser vencido. E isso faz mal para ele, tanto que ele frequenta as reuniões dos “vilões anônimos” dos vídeo games. Um grupo de ajuda mútua para os vilões dos games poderem suportar o fardo de serem, exatamente, vilões. No jogo em que é antagonista, Ralph sempre tem que destruir o que Felix Junior irá depois consertar. No final do jogo ele é sempre jogado na lama. E quando o jogo termina ele precisa viver apartado dos demais personagens do jogo, num monte de entulho. Essa reunião dos “vilões anônimos” que acontece logo no início do filme é bastante hilária, os vilões se incentivam uns aos outros com jargões como “ser mau é bom”, ou “ser mau não é mau”.
E é em busca desse “ser bom” que Ralph partirá em aventuras em outros jogos, fora do jogo que ele habita, e o motivo do filme.

É curioso que este é o segundo desenho animado que tenho visto nestes últimos dias, em que as funções do bom e mau dos protagonistas são misturadas. O outro caso foi do “Megamente”. Será um novo paradigma que os estúdios de animação estão tentando passar para as crianças? O que faz algum sentido, afinal, não parece que a maioria dos seres humanos acorde pensando no que vai fazer de mal em cada dia, ou como vai fazer para se tornar um ditador mundial.

O filme traz muitas referências aos games. Provavelmente foi por isso que na sessão de cinema a que fui, havia muitos jovens que corresponderiam ao estereótipo de “nerd”, grupos de adolescentes ou homens jovens, com suas camisetas, bermudões e tênis, muitos com óculos. O filme gerou muitas risadas de referências que só iniciados, isto é, jogadores de vídeo game, podiam entender.

A cópia que vi foi em 3D. O 3D funcionou bem para esta animação, como parece funcionar bem em geral para animações. Acredito que em Imax fique ainda melhor, mas é só uma crença. Nunca assisti a uma sessão de cinema em Imax.

Um desenho animado bem divertido. Principalmente para quem costuma jogar vídeo games.



18/01/2013.

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