Shows de Rock como Cultos Religiosos


Shows de Rock como Cultos Religiosos

Estou me convencendo que shows de rock são muito parecidos com cultos religiosos. Um culto religioso neo-pagão e agnóstico, mas ainda assim uma espécie de culto religioso, um tipo de celebração de espiritualidade onde não há um ente, como um deus, a ser celebrado.


Eu uso este termo neo-pagão porque, pelo que li em algum lugar que já não me lembro mais, os cultos chamados de pagãos da Antiguidade celebravam deuses que eram como encarnações de forças naturais. Da mesma maneira, o culto como show de rock não celebra nada mais que uma certa maneira de estar no mundo, de estar vivo, e em consequência viver as contradições de se estar no mundo. Isso vale em especial mais para grupos que questionam as contradições do mundo em suas canções, que para aqueles que ficam celebrando o amor por um garoto ou garota obviamente.

Assim, os membros do grupo de rock são os celebrantes, os líderes, os sacerdotes. A plateia, os fiéis.

A plateia tende a vestir uma espécie de uniforme, constituído de camisetas pretas, e calças jeans, sendo que muitos radicalizam o uniforme calçando tênis Converse. Claro que isso não é obrigatório, mas certamente é o que veste a maioria.

Como num culto cristão pentecostal, a plateia canta junto com o grupo que está no palco, levanta e agita os braços, ou, em outros momentos, acompanha a música com palmas.

O show pode ainda ter a manifestação de emoções, catarses. Seja pela alegria incontida de alguns, seja pelo choro emocionado de outros.

É verdade que alguns podem procurar a obnubilação pela ingestão de álcool ou outras drogas. Para a maioria é apenas uma maneira de relaxar, embora alguns levem esse consumo a extremos, mas parece que este tipo de extremista não é maioria.


Cantar junto, levantar e balançar os braços, deixar fluir a emoção. Celebrar. Celebrar a música. Como um culto religioso.




18/10/2012.

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