Diário - leituras - A trilogia Jogos Vorazes


Diário - leituras - A trilogia Jogos Vorazes


Faz algum tempo, eu assisti o filme "Em Chamas", segundo pedaço da trilogia "Jogos Vorazes", série de filmes baseada na série de livros escritos pela americana Suzanne Collins.

Eu comentei  e o comentário não foi muito elogioso ao filme.

Mais de uma pessoa me disse que talvez o meu juízo negativo a respeito do filme fosse por conta de eu não ter assistido o primeiro filme da série. Uma destas pessoas, um colega, me emprestou a série de livros de Suzanne Collins, para que eu pudesse fazer uma melhor avaliação.

Os livros da série "Jogos Vorazes" narram um futuro apocalíptico, em que no território onde um dia existiam os Estados Unidos da América, existe agora um estado precário, onde uma capital, simplesmente chamada de "Capital", na costa oeste da América do Norte, tira seu conforto da exploração de recursos fornecidos por doze colônias, também espalhadas pelo antigo território dos Estados Unidos. As colônias também são genericamente chamadas "distritos": "Primeiro Distrito", "Segundo Distrito", e assim por diante.

Os Jogos Vorazes do título são uma competição em que jovens dos distritos, chamados de "tributos" são colocados em uma arena montada especialmente para a ocasião, para se matarem uns aos outros. Para aumentar o potencial mortífero dos jogos, a arena possui armadilhas. Aquele ou aquela que conseguir chegar ao final é considerado campeão. E poderá ter uma série de privilégios a partir daí.


Os Jogos Vorazes são realizados para lembrar aos distritos da derrota que eles sofreram quando tentaram se rebelar contra a Capital.

Dentro da lógica de "reality shows", os Jogos Vorazes são transmitidos para todo país por televisão.
Todos os livros da série têm como protagonista a jovem Katniss Everdeen, uma moça, no final da adolescência, que muito cedo tem de assumir responsabilidades, por conta da dureza das condições de vida no 12º distrito onde ela vive, da morte prematura do pai, e da crise depressiva da mãe.

No primeiro livro, ela se voluntaria para participar nos Jogos Vorazes, substituindo sua irmã mais nova que havia sido sorteada para a competição.

No segundo livro, ela volta aos Jogos Vorazes para participar de uma edição especial, que tem um final algo surpreendente.
Por fim, no terceiro livro, Katniss participa de uma nova revolta dos distritos contra a Capital.

A narrativa é fluente. O leitor consegue atravessar com facilidade as cerca de 900 páginas que compõem a trilogia.

Mas para uma série tão épica, fica faltando muita coisa, a começar por origens. Eu gostaria de saber o que aconteceu com os Estados Unidos, para que eles deixassem de existir, e em seu lugar surgissem a Capital e seus Distritos, com tremenda regressão das condições materiais de vida. Lendo a narrativa eu fico imaginando as condições de vida nos Estados Unidos nas primeiras duas décadas do século XX.


Também acharia interessante saber o que aconteceu com o resto do mundo. Canadá e México ainda existiriam nesse futuro distópico?

A autora traz um mundo que evoca a Roma Antiga, principalmente por nomes: No volume um, o organizador dos Jogos Vorazes, se chama Sêneca, no outro, Plutarch (isto é, Plutarco). No filme, a arquitetura em parte emula essa Roma Antiga.

Aliás o filme traz uma arquitetura que lembra tanto Roma, quanto o nazismo. E as forças repressoras da Capital (ironicamente os soldados destas forças são chamados de "pacificadores")  se parecem com as forças do apartheid sul-africano da segunda metade do século XX.

Enfim, o quadro mostrado é bastante desolador, mas a maneira como se chegou até ali é mostrada de forma lacônica.

Dizem que esta narrativa é dirigida aos jovens, isto é, literatura juvenil, e portanto, pode ser mais simples. Mas comparando a série "Harry Potter", por exemplo, a história contada por J. K. Rowling me pareceu bastante superior.

Assim, apesar de longa, e de ser um sucesso de vendas, achei a narrativa bastante fraca.



Collins, Suzanne. Jogos Vorazes. Rio de Janeiro: Rocco, 2012.
Collins, Suzanne. Em Chamas. Rio de Janeiro: Rocco, 2012.
Collins, Suzanne. A Esperança. Rio de Janeiro: Rocco, 2012.



31/01/2014.

Comentários

  1. Jogos vorazes..totalmente nazista e fora da realidade...imagina se no futuro além de ser dividido em distritos...teriamos regredido totalmente voltando a epoca das cavernas...incentivando a juventude a violencia..um filme para mim de pessima qualidade...

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