Diário - Cinema - Noé


Diário - Cinema - Noé


“Noé” é um filme que conta uma história inspirada no patriarca bíblico, que permitiu à humanidade sobreviver ao dilúvio. O filme não busca ser fidedigno à Bíblia, mas mostra o que pode ser a vida de um homem chamado por Deus para alguma tarefa em especial.


É um filme que busca atualizar a história bíblica. Nesse aspecto, me parece que ele valoriza bastante a questão da ecologia. A Terra pela qual Noé vagueia é um planeta devastado, com meio ambiente em crise.


Também é um filme que procura ser adequado à mentalidade do século XXI. Isto é, não há nenhuma manifestação inequívoca de Deus, como há, por exemplo, no filme “Os Dez Mandamentos” (aquele do Cecil B. de Mille, com o Charlton Heston como Moisés). As possíveis teofanias do filme, podem ser interpretadas como teofanias ou não, ao gosto da plateia.


Essa coisa de mentalidade do século XXI leva a personagem a extremos. Noé tem sonhos e visões, é assombrado por elas, mas curiosamente, este profeta não ora. Ou como diriam outros, “não reza”. Vale lembrar que o Abraão da versão do John Huston no filme “A Bíblia” (Estados Unidos, 1966) ora, reclama com Deus, quando Deus exige que Abraão sacrifique seu filho Isaque.


Mas sem dúvida, os autores levaram ao extremo neste filme os versos da Bíblia que dizem que Deus se arrependeu de ter criado o homem (Gênesis 6:5-8).


O que enfraquece o filme é a atuação de Russell Crowe nas sequências finais do filme. Seriam cenas de grande dramaticidade, mas o ator não se mostra à altura delas. Reconheço que é uma situação extrema. O ator precisa ao mesmo tempo encarnar um ser humano com muita fé, mas que não seja simplesmente um fanático religioso louco. Não deve ser fácil.


É um filme regular. Menos que bom. Mas não chega a ser ruim.

03/05/2014.

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