Sobre cinema, ilusão e os recentes filmes de aventura e ficção


Sobre cinema, ilusão e os recentes filmes de aventura e ficção



O cinema serve para muitas coisas, tais como nos distrair, tentar nos levar a pensar, ficar curioso a respeito do passado, etc. Lembro que o falecido jornalista Paulo Francis gostava muito do cinema, e um dos comentários recorrentes dele, em sua coluna nos jornais, era o questionamento se o cinema chegava a ser uma arte.

Eu estou muito menos aparelhado mentalmente para responder a um questionamento desse tipo, então só o cito, e deixo quem se sinta habilitado a responder que responda.

O cinema também é ilusão, a sequência de imagens, nos dá a impressão de movimento, e, por conta disso, de reprodução da realidade.

Às vezes, essa ilusão se estende para além de apenas enganar nosso cérebro, com a percepção de movimento.

Por exemplo, no recente filme "Gravidade", seria muito difícil que a Dra. Ryan conseguisse sobreviver a todas as peripécias pelas quais passou para voltar à superfície terrestre, se um evento fatídico como o do filme ocorresse no espaço. Seria difícil que os dispositivos de propulsão a impelissem por longas distâncias, e que ela conseguisse ir de estação orbital em estação orbital até encontrar um veículo que a trouxesse de novo à Terra.

Mas esse tipo de ilusão faz parte da mente de quem acorre ao cinema.

A biologia dos X-Men é uma fantasia, mais ou menos mal elaborada, a partir dos conhecimentos básicos da biologia que aprendemos na escola. Mas é fundamental para que possamos nos divertir quando assistimos aos filmes da série.

Contudo, em alguns filmes recentes, a história, a história humana, tem sido alterada por conta dos roteiristas.

Posso lembrar de três casos que achei marcantes.

No filme "Transformers 3, O Lado Oculto da Lua" o espectador é informado que as viagens à Lua não foram fruto de uma disputa técnico-ideológica entre Estados Unidos e União Soviética para mostrar qual a mais poderosa tecnologia (e, de quebra, aprimorar a pontaria dos mísseis balísticos), mas, na verdade, era uma missão para investigar a queda de uma astronave alienígena no lado oculto da Lua.

No filme "X-Men, Primeira Classe", a quase irrupção de uma guerra por conta da instalação de mísses soviéticos em Cuba e da reação dos Estados Unidos a isso, era na verdade, resultado de um complô de um mutante para aumentar a radioatividade do planeta, para aumentar a quantidade de mutantes e dizimar a quantidade de seres humanos, para que os mutantes passassem a dominar a Terra.

E agora, no filme "X-Men, Dias de um Futuro Esquecido", descobrimos que o mutante Magneto esteve envolvido no atentado que resultou na morte do presidente John Kennedy. Teria sido a capacidade dele de manipular metais que tornou possível a famosa "bala bailarina" que teria atingido Kennedy e o braço do governador do Texas, John Connally.

Divertidas hipóteses.


30/05/2014.

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