O desempenho do Brasil na Copa no Brasil
O desempenho do Brasil na Copa no Brasil
O Brasil terminou em quarto lugar na Copa do Mundo
de Futebol realizada no Brasil.
E isso é um pouco uma ironia. O Brasil perdeu por
sete a um para a Alemanha. E acabou por levar três gols da Holanda
na disputa do terceiro lugar. Esta equipe de Brasil é inferior à
equipe de 2010, e muito inferior à equipe de 2006.
Quando a Copa iniciou eu achei que tínhamos uma
equipe fraca, e que, se chegasse a ser campeã, o seria aos trancos e
barrancos. Acho que poderia acontecer. A equipe da Argentina de 1990
era fraca, mas tinha Maradona, e chegou à final, desclassificando o
Brasil num jogo que o Brasil jogou muito melhor. A equipe brasileira
era menos organizada que a chilena ou a colombiana, e acabou por
desclassificar a ambas. A Holanda meteu cinco gols na Espanha, e
sofreu para a vencer a Austrália. A Alemanha enfiou quatro gols em
Portugal e empatou com Gana. Isso demonstra como eu achava que o
Brasil tinha possibilidade de vencer, ainda que remota.
Depois da estrondosa derrota contra a Alemanha, a
imprensa e os opinionistas em geral começaram excomungar o Felipão
como técnico ultrapassado, e os dirigentes do futebol profissional
do Brasil como atrasados e corruptos. Mas eu não sei. Para mim
parecia evidente que o time do Brasil era fraco. Não passou por
eliminatórias que, bem ou mal, servem como treinamento para a equipe
no caminho para uma Copa do Mundo. Com Mano Menezes como técnico, a
seleção brasileira não conseguiu vencer a Copa América, e
conseguiu o prodígio de perder para o Paraguai nas quartas de final
nos pênaltis, errando todas as cobranças de pênalti. E nos
amistosos houve jogos seleções inexpressivas, como Honduras, China,
Zâmbia.
E o Brasil começou a jogar mais ou menos nesta
Copa. Não enchia os olhos, mas não era ruim. Era emocionante, para
não dizer outra coisa. O Brasil jogou assim contra Croácia, contra
México, contra Camarões, jogou melhor contra o Chile, embora
pudesse ter perdido ali, jogou melhor contra a Colômbia. E ali
perdeu Neymar e Tiago Silva.
Depois daquele jogo, a semifinal contra a
Alemanha. Eu imaginei algo como colocar Wiliam no lugar de Oscar, e
Oscar no lugar de Neymar. Além da substituição óbvia de Dante no
lugar de Tiago. Esta aconteceu. Mas Felipão escalou Bernard no lugar
de Neymar. Eu achei estranho quando entraram no gramado, mas era o
que estava lá. E dez minutos após o início do jogo, gol da
Alemanha. E aí, foi o que vimos, sete a um para a Alemanha. Muito se
falou a respeito disso, mas me pareceu que a melhor explicação
mesmo ficou com Tom Gibbs, que escreveu para o britânico Daily
Telegraph, que teve uma tradução passável no blog
do Luís Nassif. A Alemanha era superior ao Brasil, mas não era
tão superior assim, assim como a Espanha pode até ser inferior à
Holanda, mas não para digamos, merecer, perder por cinco a um. São
placares estranhos e incomuns, que ocorrem excepcionalmente.
A derrota do Brasil para a Holanda, a seguir, foi
um pouco rescaldo da semifinal. E demonstração que a equipe
holandesa era melhor organizada que a brasileira. E de quebra teve
uma pequena ajuda da arbitragem.
Acredito que o futebol no Brasil não vai mudar.
Continuarão esses dirigentes, e esses técnicos, e a seleção será
como tem sido, com a principal emissora de TV do país fazendo um
oba-oba enquanto o país vai vencendo, mesmo sem convencer, e
lamentando e se queixando nas derrotas. Eventualmente o país
consegue vencer uma competição.
13/07/2014.
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