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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Tãn-Tãngo

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Tãn-Tãngo .   . "Tãn-Tãngo" é o espetáculo que Hique Gomes produziu, a princípio paralelo ao show "Tangos e Tragédias" - a famosa parceria dele com Nico Nicolaiewsky. Com o falecimento de Nico, "Tãn-Tãngo" se tornou o principal projeto artístico de Gomes. Esteve em cartaz no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, entre os dias 15 e 18 passado. Eu estive lá no sábado, dia 17. E logo no início do show, Hique declarou que o espetáculo era dedicado à memória de Nico. Como não seria, não? É um belo show de tango, ou com tango. Na verdade, seria bom que o próprio espectador visse o espetáculo para tirar suas próprias conclusões. Em todo caso, diria que sim, que é um show de tango. Encenado em Porto Alegre (e presumo, em outras capitais do Brasil), perto, mas não tão perto, de Buenos Aires. Hique Gomes explora as similaridades da música popular brasileira com o tango, esse ritmo que temos como tão argentino. Dois momentos são exemplares.

Ritual de Café

Ritual de Café Começou lá por 2004 ou 2005, quando eu fui transferido de uma seção para outra do departamento onde eu trabalhava na firma. Era o ritual do café, depois do almoço. Começou com o Wagner e o Rocha. E comigo, óbvio. Isto é, eu não sei se comentaram comigo sobre a existência do rito antes de mim, mas para mim começou assim… Normalmente era depois do almoço para eles, e antes do almoço para mim. Se não ficou bem claro, eu costumava almoçar mais tarde que eles. Como eu disse, era o ritual do café. Nos reuníamos na copa para tomar um cafezinho e conversar. Naqueles primeiros tempos o assunto favorito eram as traquitanas tecnológicas. A disseminação dos computadores, depois o aumento da capacidade de processamento dessas máquinas, depois a contínua migração dos modelos “desktops” para os modelos “notebooks”, então os modelos cada vez mais sofisticados de telefones celulares, e as câmeras digitais. O tempo passou. Wagner mudou de departamento, e teve me

Ausências (I)

Ausências (I) Hoje, quarta-feira, 21 de janeiro de 2015, o Foo Fighters está se apresentando em Porto Alegre, quase na saída da cidade, no estacionamento da FIERGS. Por uma série de motivos, não consegui me organizar para estar lá. 

O Último Dia de 2014

O Último Dia de 2014 O último dia de 2014 em Porto Alegre foi um dia com um rico clima de verão. O dia começou ensolarado pela manhã. Depois foi ficando nublado. E por volta da uma da tarde começou a chuviscar. Eu pretendia visitar a Ponta do Gasômetro no último dia do ano. A Ponta do Gasômetro é, como se diz, uma ponta, uma das extremidades a oeste de Porto Alegre, em sua relação com o Lago Rio Guaíba. Ali, à noite, seriam queimados os fogos de artifício celebrando a chegada do ano de 2015. Eu trabalho na área da Praça da Alfândega. Para chegar à Ponta do Gasômetro, é cerca de pouco mais de um quilômetro de distância. Eu queria ir pela Rua Duque de Caxias, a rua mais "alta" do centro de Porto Alegre. Porque eu costumo ir algumas vezes por ano à Ponta do Gasômetro, e costumo seguir pela Sete de Setembro, ou pela Andradas, nossa popular Rua da Praia. Em 31 de dezembro eu quis fazer algo diferente. Descer a Duque. Para ir da Praça da Alfân

Culto Solene, ou Tributo à Nico Nicolaiewsky

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Culto Solene, ou Tributo à Nico Nicolaiewsky Semana passada houve uma série de shows em homenagem à Nico Nicolaiewsky,  chamados muito propriamente de “Nico Tributo”, no Teatro São Pedro, aqui em Porto Alegre. Amigos e familiares de Nico se juntaram para produzir o espetáculo. Houve shows de quinta a domingo. Eu estive no de sábado. Cláudio Levitan, Fernando Pezão, Artur de Faria, Marco Lopez, e, claro, Hique Gomez, estrelaram um show, que teve também participação de Fernanda Takai, John Ulhoa, Silvio Marques, e Nina Nicolaiewsky, a filha de Nico, com interpretações das composições de Nico. E a verdade é que a emoção estava no ar. .     . . . Nico Nicolaiewsky era um músico e compositor que teve toda uma historia na música brasileira que se produz no Rio Grande do Sul. Mas acabou marcado mesmo pelo papel do Maestro Plestskaya no espetáculo “Tangos e Tragédias” que marcou muitos verões em Porto Alegre. Infelizmente no verão passado,

Diário - cinema - Êxodo: Deuses e Reis

Diário - cinema - Êxodo: Deuses e Reis Atenção: este texto pode conter “spoilers”, mas a história do Êxodo é bastante conhecida. “Êxodo - Deuses e Reis” (“Exodus: Gods and Kings”, Estados Unidos, 2014) é um novo filme que tenta atualizar a história do livro bíblico do “Êxodo”, livro que segundo a tradição judaico-cristã foi escrito pelo próprio Moisés, e narra a fuga, ou a saída, dos hebreus do Egito. Para isto, Deus lançou sobre os egípcios, que subjugavam os hebreus, várias pragas, isto é, cataclismas em sequência que forçaram o rei do Egito, o Faraó, a permitir que os hebreus, o povo de Deus, deixasse o Egito. Poderia também ser tomado como uma atualização do clássico de Cecil DeMille, estrelado por Charlton Heston, em 1956. Mas parece que o cinema popular do século XXI vai abandonando toda a transcendência para tentar trazer para a sociedade pós-cristã temas bíblicos tornados palatáveis. Já aconteceu com a recente versão da história de Noé, estrelada por Russell

Sobre o atentado contra “Charlie Hebdo”

Sobre o atentado contra “Charlie Hebdo” O atentado perpetrado ontem (07/01/2014) contra o periódico francês "Charlie Hebdo" é em tudo lastimável. Nele foram perdidas pelo menos doze vidas, incluídos dois policiais que estavam lá justamente para proteger a publicação de atentados, uma vez que um atentado a bomba já ocorrera há poucos anos. Eu não costumo achar graça de piadas que venham a caçoar da religião, mas não é por isso que eu vou matar quem discorde de mim. A minha reação pode ser de desprezo ou de indiferença, mas de maneira nenhuma eu iria apelar para a violência física para demonstrar minha discordância o humor de quem quer que seja. Pode-se dizer que "Charlie Hebdo" era radical em seu humor. Mas eles eram ecumênicos em seu sarcasmo. Avacalhavam de Jesus a Maomé, de comunistas a nazistas, passando pelas personalides políticas da França. E aí é que está. Imagine o que seria do mundo se todos resolvessem resolver suas mágoas, gran

Oficina de Crônicas 2

Oficina de Crônicas 2 O homem falou para o colega de trabalho com quem costumava falar sobre o blogue que escrevia: - Me matriculei numa oficina literária de crônicas. O colega respondeu: - Xi, José, sei não. Oficina de crônicas? Acho que teus escritos vão continuar cronicamente irrelevantes. 08/01/2015.

Oficina de Crônicas 1

Oficina de Crônicas 1 O homem falou para o colega de trabalho com quem costumava falar sobre o blogue que escrevia: - Me matriculei numa oficina literária de crônicas. O colega respondeu: - Xi, José, sei não. Oficina de crônicas? Acho que teus escritos não têm conserto. 08/01/2015.

Diário - cinema - O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos

Diário - cinema - O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos O filme “O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos” (“The Hobbit: The Battle of the Five Armies”, Estados Unidos, 2014) encerra a mais recente trilogia cinematográfica baseada no mundo criado pelo britânico Tolkien. De fato, o filme se consome quase todo nessa batalha de cinco exércitos. Assim, parece mais uma espécie de documentário sobre como choques entre exércitos aconteciam até meados do século XIX. Há uns dez minutos iniciais que engajam o final do filme anterior, com o dragão Smaug atacando a Vila do Lago, que é defendida por Bard (Luke Evans, que recentemente estrelou uma versão de Drácula que foi comentada por aqui ). Na verdade esses dez minutos parecem um verdadeiro anticlímax. Mais ou menos, eu fiquei me perguntando: “puxa, mas eles deixaram o gancho do filme anterior para isso?” É um filme divertido, mas, em retrospecto, eu fiquei me perguntando se era necessário a produção de três filmes para cont