Diário - cinema - Êxodo: Deuses e Reis


Diário - cinema - Êxodo: Deuses e Reis


Atenção: este texto pode conter “spoilers”, mas a história do Êxodo é bastante conhecida.


“Êxodo - Deuses e Reis” (“Exodus: Gods and Kings”, Estados Unidos, 2014) é um novo filme que tenta atualizar a história do livro bíblico do “Êxodo”, livro que segundo a tradição judaico-cristã foi escrito pelo próprio Moisés, e narra a fuga, ou a saída, dos hebreus do Egito. Para isto, Deus lançou sobre os egípcios, que subjugavam os hebreus, várias pragas, isto é, cataclismas em sequência que forçaram o rei do Egito, o Faraó, a permitir que os hebreus, o povo de Deus, deixasse o Egito.


Poderia também ser tomado como uma atualização do clássico de Cecil DeMille, estrelado por Charlton Heston, em 1956.


Mas parece que o cinema popular do século XXI vai abandonando toda a transcendência para tentar trazer para a sociedade pós-cristã temas bíblicos tornados palatáveis. Já aconteceu com a recente versão da história de Noé, estrelada por Russell Crowe. Acontece novamente aqui, com o Moisés de Christian Bale. Os crentes podem ver nestes homens pessoas que tiveram fé para seguir adiante com atividades sobrehumanas, enquanto os ateus e agnósticos podem ver neles apenas, digamos, lunáticos que deram certo naquilo a que se propuseram fazer. Se bem que para ateus puros e duros, a Bíblia é história da carochinha.


Mas, voltando ao filme, Moisés é convocado por Deus para libertar seu povo. Moisés até tenta. Antes de se tornar líder do povo hebreu, ele havia sido um general egípcio, criado na corte do Faraó. Então ele começa a treinar homens entre os hebreus para se tornarem guerrilheiros. Esses guerrilheiros criam escaramuças, causam algum dano, mas insuficiente para que os hebreus possam ser libertados.


Então, após Deus fazer piada com a efetividade dos métodos de Moisés, vêm as pragas, que acabam por fim, fazendo com que o Faraó queira se livrar dos hebreus.


Como eu disse, Moisés aqui é um crente hesitante, mas que, apesar das dúvidas segue adiante com a missão que acredita que Deus lhe deu. Nos seus encontros com a Divindade, ele questiona os propósitos divinos. Mas procura obedecer. Por outro lado, como em determinada cena, o irmão de Moisés, Aarão, o vê falando sozinho (segundo o que Aarão vê), Moisés poderia ser apenas um maluco que deu certo.


Se bem que haja toda uma trama de profecias sobre um libertador entre os hebreus. E uma fé comum existe entre os hebreus no filme.


Dito tudo isso, achei um bom filme.


Melhor do que a atualização de Noé, que citei antes, pensando em filmes de temática bíblica.

27/12/2014.

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