Lupi, O Musical - Uma Vida em Estado de Paixão


Lupi, O Musical - Uma Vida em Estado de Paixão



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Dia 31 de janeiro, estivemos no Theatro São Pedro, aqui em Porto Alegre, para assistir à peça "Lupi, o Musical".


Trata-se de uma peça musical que aborda a vida e obra do compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues, que fez sucesso principalmente nos anos 1940 e 1950, embora até hoje canções suas sejam regravadas. Posso lembrar regravações recentes de Adriana Calcanhotto, ou de Thedy Correa. Na peça há um momento em que o personagem Lupicínio comenta que a rádio que ele está, só o está entrevistando porque Caetano Veloso havia recentemente gravado uma versão da música dele, "Felicidade".


Então o musical aborda a vida, mas principalmente a obra de Lupicínio.


Entre os destaques, o nascimento em uma noite de tempestade, sendo o primeiro menino da família. O serviço militar em Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul, onde, segundo a peça, teve seu primeiro grande amor. A parceria, e depois rivalidade, com o jornalista Alcides Gonçalves.


E, claro, as canções. "Felicidade", já citada; "Nervos de Aço"; "Cadeira Vazia"; "Nunca"; "Ela disse-me assim"; "Maria Rosa"; "Vingança"; "Esses Moços, Pobres Moços"; "Se acaso você chegasse"; e outras. Destaco essas porque eram as que eu costumava ouvir durante minha infância. Meu pai era fã de Lupicínio. Às vezes ele ouvia discos, embora isso não fosse a coisa mais trivial para ele (toca-discos era uma tecnologia que ele só veio a conhecer na velhice). Mas era comum ouví-lo cantarolando os versos de Lupicínio. Era fácil em algum desentendimento com minha mãe que ele saísse cantarolando "Nervos de Aço".


Um elenco esforçado procurou trazer aquele mundo de meados do século passado até nós. Destaques para Gabriel Pinto e Juliano Barreto, as duas encarnações de Lupicínio em cena, e Lucas Krug, que faz o papel de Alcides Gonçalves. Entre outros personagens Pamela Amaro encarna Elza Soares, e Nani Medeiros Elis Regina. Além deles, compõem o elenco Nadya Mendes, Cintia Ferrer, Gabriel Pinto, César Pereira, e Raul Voges.


O teatro estava cheio, mas não lotado, como esteve em outras ocasiões neste verão. Talvez culpa do final de semana prolongado, propiciado pelo Feriado da Senhora dos Navegantes.


Na plateia, uma maioria de jovens de outrora, um pessoal que talvez tenha ouvido as canções de Lupicínio no seu auge, ou, como eu, que ouviam seus pais cantarolando as músicas de Lupi e achavam beleza nisso. Em alguns momentos, essa plateia cantou junto as canções de Lupicínio que se sucediam no palco.


Eu diria que a peça é um belo resgate, mais um, da obra de Lupicínio Rodrigues.

09/02/2015.

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