Sábado de outono, mas ainda parecia verão


Sábado de outono, mas ainda parecia verão


Então é assim: precisamos ir ao centro acertar aquele vale-compras de material de construção que vai vencer. Vamos. A loja fecha azuma da tarde. Convém não dormir demais. Ok. E lá fomos nós. Entramos na loja em horário ainda adequado. Trocamos o vale-compras por uns ventiladores de teto para colocar no apartamento novo. Foi o vale-compras e mais uns trocados, pedalados no cartão de crédito, afinal o que seria de nossa vida sem o crédito, não é mesmo? Tudo acertado com o vendedor Jerônimo. Vamos voltar para casa. Mas ela diz: vamos pegar o catamarã e ir a Guaíba, do outro lado do Rio Guaíba (que a turma agora inventou que é lago...)? Vamos. Por que não? E lá fomos, caminhando pela Júlio de Castilhos até o cais central, para pegar o catamarã para Guaíba. No caminho eu quis tirar fotos. Fotos da cidade. Os registros banais que fico repetindo e repetindo. Ih, mas o cartão de memória está quase cheio, preciso apagar algumas. Droga. Apago justamente as que acabei de tirar. Burro! Não importa. Importa pegar o barco. Embarcar no barco. Sete pila para cada um, e lá vamos nós. O barco é estável e confortável. Rápido. Com ar condicionado e internet sem fio. Uns dez minutos após sair do cais central, chega ao atracadouro do xóping Barra. Breve parada para uns poucos passageiros descerem, e outros poucos embarcarem. E lá continua o catamarã em direção a Guaíba. Mais uns dez minutos e chegamos lá. Hidroviária de Guaíba. Saímos do brete que é o corredor de embarque e desembarque e chegamos ao calçadão de Guaíba. Um ar de cidade litorânea, misturado com cidade de interior, e isso a uns trinta quilômetros de Porto Alegre. Acho que bem menos, via transporte aquático. Caminhamos pelo calçadão. Há uma pequena praia junto ao calçadão. Vendedores ambulantes. Uma parada de ônibus. Cães vira-latas dormem no calçadão. E caminhamos. Encontramos um  pier de madeira. O vento sopra forte. Caminhamos pelo pier. Fotografamos um ao outro. E bate a fome. Eu quero comer. Ela também quer. Encontramos um restaurante. Pouco movimento, mas parece honesto, e pronto para suprir nossas necessidades alimentares. De fato, valeu. Eu comi uma chuleta suína, com arroz, salada mista e polenta frita. Ela um bife, possivelmente de coxão de dentro, mais arroz e batatas fritas. Acompanha feijão. Bebidas Coca-Cola e cerveja. Serramalte. Há quanto tempo eu não via Serramalte! Não que seja uma cerveja espetacular, mas enfim, é algo para recordar. Cerveja que a gente via na infância. E ainda foi possível pagar com o vale-refeição. Depois do almoço (tarde, já próximo das quinze horas), mais uma caminhada, e avistamos um mirante. Avistamos um mirante. Vamos lá ver o mirante. São um pouco mais de uma centena de degraus. E o mirante, de fato, oferece uma vista bela. Ótimo para fotos, o mirante. Otíma para fotos, a vista. Pena que o dia estava nublado. O sol estava tímido. Caminhando um pouco mais, descobrimos a casa de Gomes Jardim. Gomes Jardim foi um dos líderes da rebelião Farroupilha, do século XIX. Foi tombada pelo patrimônio histórico a pedido dos proprietários, fato raro por essas terras, onde o comum é botar abaixo qualquer imóvel para lucrar com localização privilegiada. A casa de Gomes Jardim é hoje um pequeno museu privado, aberto à visitação. E assim vimos. Ainda foi possível ver a matriz de Guaíba, que fica próxima, na colina que escora o mirante. Aquele mirante que falamos ali atrás. Voltamos. Do lado do mirante, há uma cafeteria. Entramos. Sentamos. Pedimos capuccino e cortado. E uma fatia de torta de cheesecake de morango. Gostoso. Terminamos. Pagamos. Saímos. De volta ao mirante. E descendo as escadarias, voltar ao calçadão. E pelo calçadão, de volta à hidroviária. Comprar as passagens para a volta. Quase dezessete e trinta. Aguardamos um pouco a chegada do barco. O vento continuava. Mais uns minutos e o barco chega. Ainda compramos uma água mineral e um picolé. Um picolé azul, de algodão doce. De volta ao brete. E de volta ao barco. Na volta o barco estava cheio. Praticamente lotado. Dez minutos e o atracadouro do Barra xóping. Uns desembarcam, outros embarcam. O barco segue para o cais central de Porto Alegre. Descemos. O dia vai sumindo. A noite vem caindo. Há atividade no Largo Glènio Peres. Aniversário de Porto Alegre. Ela quer ir conferir. Eu não quero. Estou cansado. Quero ir para casa. Caminhamos de novo pela Júlio de Castilhos. Tiro fotos, mas a luz é cada vez mais escassa. No camelódromo, um ônibus nos aguarda. Que bom. Embarcamos no ônibus. Logo estamos a caminho de casa.

30/03/2015.

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