A Agonia da Grécia


A Agonia da Grécia



Neste momento a Grécia passa por mais uma provação como membro da União Europeia, e como participante dos países que têm o euro como moeda corrente.


Desde 2008 já são sete anos com a economia estagnada, ou em recessão.


Neste momento, os países credores querem mais sacrifícios em acordos do governo grego, para que o país não entre definitivamente em "default", isto é, para que o país não dê calote.


Diante do impasse entre o que querem os credores, representados pela "Tróica", isto é, FMI, Banco Central Europeu e pela Comissão Europeia, e do que propõe o Governo Grego, este último convocou um referendo para que a população grega diga se aceita o pacote dos credores ou não.


Se a população grega aceitar o pacote europeu, o primeiro-ministro grego, Tsipras, afirma que renuncia.


Se a população negar o pacote, é provável que a Grécia deixe de ter o euro como sua moeda corrente, e volte à dracma, ou qualquer outra moeda nacional.


Possivelmente isso leve a uma brutal desvalorização da nova moeda, e a uma tremenda sensação de pobreza no país, maior que a sensação atual, com 25% de desemprego, aumento da miséria, etc, etc, …


E piore mais um pouco antes de começar a melhorar, mas talvez com isso o país reencontre seu caminho para o desenvolvimento e soberania sobre suas finanças.


O que não pode passar despercebido é que isso faz acabar talvez a última utopia da humanidade.


Desde os anos 1950, dos escombros das duas guerras civis europeias, quando Alemanha, França e Itália, mais Bélgica, Holanda e Luxemburgo, começaram a integrar suas economias, parecia que a Europa levaria a civilização ao mais alto grau.


Funcionou para evitar guerras entre esses países nos últimos sessenta anos.


E depois, com a inclusão de países periféricos, como Espanha, Portugal e a própria Grécia, e com fundos de desenvolvimento para esses países, parecia que teríamos os píncaros da humanidade. Qualidade de vida, fim da miséria, fraternidade entre as pessoas. A utopia era que, começando pelos países mais pobres da Europa, como a Grécia, todo o mundo teria bem estar social. Ou seja, Bangladesh poderia se tornar a Suécia.


Agora parece que esse projeto está naufragando.


A Grécia ruma para fora do euro, e o capitalismo excludente triunfa. Parece que a ideia é que a Grécia venha a se tornar Bangladesh.




29/06/2015.

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