Medo, tristeza, angústia
Medo, tristeza, angústia
Medo! Tristeza! Angústia!
Ontem assaltaram dois colegas na Rua da Praia. Dizem que foi arrastão. Intimidaram com uma pistola.
Ontem a polícia militar matou um rapaz no Bairro Santa Tereza. Alegaram que houve tiroteio. Os moradores da região negam. O tiro foi nas costas. A morte gerou revolta e os policiais ficaram sitiados. O batalhão de choque teve que vir resgatar os policiais. Um ônibus foi incendiado. A fumaça podia ser vista de longe.
Ontem houve notícias de arrastões na Rua Voluntários da Pátria, uma rua de comércio popular, e muito movimento de pedestres, próxima de pontos de ônibus. As notícias dão contam de mais de dez meliantes juntos fazendo o arrastão, levando carteiras e celulares.
Dizem que demorou até a polícia aparecer.
A polícia sofre com o parcelamento de salários.
De maneira que a população fica na incerteza do policiamento.
Estamos com mais medo. Estamos com mais medo que normalmente temos, quando os policiais estão se sentindo frustrados e angustiados por não receberem seus salários.
E a tristeza e a angústia só crescem.
É a notícia de um adolescente que morre em consequência da "ação de contenção" por parte da segurança do Metrô de São Paulo.
É a notícia de uma ciclista atropelada por um ônibus, também em São Paulo. Uma menina, modelo, no auge da vida!
Que tristeza! Que droga!
O medo e a angustia nos acompanham.
Hora de voltar para casa.
Alguns preferem sair em grupo, em busca de mais segurança.
Eu saio.
A rua tem um arremedo de normalidade.
Uma loja fechada precocemente, mas outra ainda aberta.
Uma farmácia aberta. Aproveito para reforçar o estoque de analgésicos. Ótimo.
Vamos em frente.
A rua parece normal. Quase normal.
Talvez eu que esteja angustiado. Temeroso.
Sigo para o bar. Happy hour. "Happy", ou não...
Beber. Relaxar. Entorpecer os sentidos.
Enfrentar o medo. Ou não...
06/09/2015.
P. S. : Mais sobre esses dias:
- Um Dia Anormal;
- Pequena crônica de mais um dia de medo.
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