Sobre chapéus



Sobre chapéus




Há os mais diversos tipos.de chapéus .

Eu comecei a me interessar por chapéus quando me faltou cabelo sobre a cabeça, e o sol passou a me queimar direto no coco. Era preciso cobrir a cabeça.

Li em algum lugar que até a década de 1960 era comum que os homens usassem chapéus, como parte de sua indumentária. E que possivelmente John F. Kennedy tenha sido o grande influenciador do abandono da cobertura da cabeça. Informação não muito científica, como é possível perceber.

Os chapéus estão ligados a muitas profissões.

Por exemplo, na construção civil se tornou obrigatório usar aqueles capacetes, como meio de proteção contra acidentes de trabalho. E, sim, eu acho que um capacete é um tipo de chapéu.

Os militares têm chapéus para as mais diversas ocasiões. E eles devem ser vestidos (ou usados). Lembro de uma vez que eu trabalhava numa empresa de carpintaria, e havíamos vendido um serviço para um batalhão do exército. Um caminhão foi usado para buscar o material. Eu estava na cabine junto com o motorista, um soldado, e um tenente. E não é que o tenente quase mandou parar o caminhão por conta de outro soldado fardado, caminhando na rua, uniformizado, mas sem a cobertura, no caso, uma boina?

Chapéu em espanhol é sombrero. Qualquer chapéu é sombrero, mas, por conta dos desenhos animados do Ligeirinho, associei a palavra sombrero àqueles chapéus característicos do México, que parece que fazem mesmo uma sombra imensa, por isso "sombreros". Mas não, o sombrero mexicano é apenas um tipo de sombrero, isto é, chapéu.

Algumas pessoas ficaram associadas aos chapéus que usam ou usavam.

O político Paulo Brossard, por exemplo, era constantemente visto usando chapéu panamá.

O cantor Milton Nascimento costumava usar um boné. Por um tempo foi uma companhia constante. Mas uma vez vi uma entrevista dele, dizendo que largou o boné, no momento em que viu um anúncio para um show dele, que era ilustrado apenas pelo tal boné. Para ele, não era possível que um boné o substituísse.

Talvez o escritor Rubem Penz esteja se aproximando de um dilema assim. Pensei nisso quando vi o chapéu com o qual costumo vê-lo, ilustrando a capa do volume seis das Crônicas de Botequim, um livro resultante de suas oficinas de crônicas, ministrado em um bar na José do Patrocínio.

O senhor não acha excessivo que um chapéu o substitua, "seu" Rubem?



18/10/2015, 19/12/2015, 30/30/2016. Por José Elesbán Rodrigues. 

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