Encontro na Livraria


Encontro na Livraria


- E aí? Como te sentes?
O homem levantou os olhos da mesa junto a qual estava sentado, e olhou para o seu interlocutor. Sorriu. Havia uma razoável fila atrás desse interlocutor, na livraria. Início de uma noite de quinta-feira. De fato, ali estavam parentes, amigos, velhos colegas de faculdade, alguns curiosos que haviam visto uma notinha num dos jornais locais, e, óbvio, os colegas de criação literária.
- Bem. - Ele respondeu. - Na verdade, muito bem.
- É. Eu imaginei... Disse o interlocutor, oferecendo um livro. - Podes assinar o meu?
- É claro. - Ele falou com um sorriso que parecia já não caber nos lábios.
- Parabéns, Vellinho! A gente nunca sabe como as coisas serão quando elas se apresentam. Mas acompanhando a tua escrita desde lá, foi possível ver o talento suingado, sempre com um humor sutil nas tuas crônicas. Tu realmente tiveste teus momentos de Luis Fernando Veríssimo. Bom, na verdade, um sub-Luís Fernando Veríssimo, mas isso é um tremendo elogio, pois o que muitos de nós queremos é ser Luís Fernando Veríssimo.
Vellinho assinou o livro, levantou-se e o devolveu a José. Se abraçaram. E, claro, posaram para que o fotógrafo do evento registrasse aquele breve momento.
Como a fila continuava ali, José saiu para explorar a livraria.
Vellinho sentou-se novamente junto à mesa, e olhou para o próximo potencial leitor. Sorriu.
- E aí? É para você, ou para presente? Em nome de quem é a dedicatória?



03/05/2016.

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